Ray - Terceira parte .

E desapareceu. Fiquei a olhar para a minha mão, para o lindo anel que eu sempre desejara experimentar. Poucos segundos depois, o meu pai chegou a casa, tal como ela dissera.

- Mel, o que ainda estás a fazer acordada? O Pierre?

- Está no quarto a dormir. Quem me dera conseguir adormecer assim tão facilmente...

- Como eu te compreendo. Vá, vai lá para a cama que já são horas. Não te esqueças que amanhã tens escola e não quero que chegues atrasada.

- Pai, eu tenho mesmo de ir à escola? Não vou estar concentrada, não consigo.

- Ó meu amor, amanhã vê-se. Agora vai-te lá deitar.

Dei-lhe um beijinho e fui para o meu quarto. Deitei-me e não conseguia parar de pensar no anel e na minha mãe. Sempre na esperança de ela voltar a aparecer e me explicar tudo o que se estava a passar. Mas não apareceu e eu adormeci.

Com alguma dificuldade abri os olhos para a enorme claridade do dia. Olhei para o relógio e era quase meio-dia, ao seja, o meu pai tinha-me deixado ficar em casa.

Levantei-me e fui para a cozinha comer qualquer coisa. O anel e a minha mãe não me saiam da cabeça. Como é que ele fora lá parar? Que importância tinha?

No dia seguinte seria o funeral e achariam muito estranho eu estar com o anel dela no dedo. Nunca ninguém percebera o mistério que ele tinha e agora eu tê-lo no dedo era difícil de explicar. Eu não sabia o que fazer.

Estava envolvida nos meus pensamentos quando o meu pai chegou para almoçar e me fez regressar à realidade.

- Então querida? Já acordaste? O que vamos almoçar?

A isto eu chamo: Pergunta Ignorante. Se estou de pé na cozinha, a mexer e de olhos abertos, estava a dormir não?

- A mãe não cá está para fazer o almoço... Acho melhor contratarmos uma cozinheira e uma empregada doméstica senão esta casa vira uma cave toda desarrumada. Mas enquanto não há cozinheira, eu posso fazer uns ovos mexidos...

- Está bem, Mel. Eu vou tratar disso das “contratações”.

Fiz o almoço enquanto o meu pai ajudava o meu irmão a pôr a mesa.

                        Continua (: