quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ray - Décima sexta parte .

- Já tocou, não ouviste? Andas mesmo na lua. Queria ver-te antes de irmos para a aula mas não te estava a encontrar. A seguir a esta aula vou para casa.

- Desculpa. Tenho andado nos meus pensamentos que nem dou pelo tempo passar.

- Pois, e à conta disso já perdeste a tua melhor amiga não foi?

- Como é que sabes?

- Ela passou por mim a correr e a chorar e eu fui falar com ela. Contou-me tudo.

- Eu queria pedir-lhe desculpa, mas ela não me quis ouvir...

- Deixa lá, anda mas é para as aulas que já devemos ter falta.

Estava a voltar para casa, pois as aulas já tinham terminado, quando ouvi aquela voz revoltada de novo.

- Então, o James salvou-te de ouvires umas belas verdades?

- Tu outras vez? E que verdades são essas? Deves saber muito da vida, tu!

- Pois sei, sei da vida e sei da morte! E as verdades são que tu és uma pita mimada! Isso é que sim, não tens vergonha? Aproveita mas é a tua vida enquanto viva que depois não tens muito por onde te safares e terás então de arranjar almas amigas que te façam companhia e que arranjem alguma coisa para fazerem!

- Tu não tens nada a ver com o que eu faço ou deixo de fazer! Deixa-me em paz!

Nisto tudo, escorreguei no passeio e torci o pé.

- Vês no que dá meteres-te com almas? Pois... Vê lá se a Marie não te faz o mesmo!

Não podia acreditar, as almas conseguiam fazer destas coisas? Fazer-me torcer o pé? E tinha sido aquela alma com nome de cão?

- Chamaste-me alma com nome de cão? Já vais ver o que te acontece!

Pois, esqueci-me que ela lia pensamentos... Tentei levantar-me rapidamente mas escorreguei de novo no piso molhado (tinha estado a chover), bati com a cabeça no chão e desmaiei.

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