Ray - Décima quinta parte .

- Não! Sophie! Anda cá!

Não serviu de nada. Ela começou a andar com o passo acelerado, quase a correr e pareceu-me que estava a chorar. Magoei uma das minhas melhores amigas, sem intenção... E agora, o que fazer?

- Vai atrás dela! Não podes deixar que ela se vá embora por nossa culpa! – Gritou a Marie e a minha mãe apoiou.

Corri para junto da Sophie mas ela não quis saber e fugiu.

- É assim a vida, não é? Injusta!

Não conhecia esta voz de lado nenhum. Seria alguma alma que eu não tinha tido ainda a oportunidade de falar? Ou seria algum colega da escola? E agora?

- Sou uma alma sou! Não me vês? Estou mesmo atrás de ti.

Virei-me para trás e realmente lá estava uma alma que eu nunca vira, a falar comigo. Não era muito mais velha que eu e parecia revoltada.

- Desculpa, mas eu conheço-te? – Perguntei-lhe.

- Não, não me conheces. Ainda bem, ninguém quereria ter uma amiga como tu.

- Uma amiga como eu? O que tem?

- Trocar uma humana simpática por uma alma chata e solitária?

- Chata e solitária?! Não chames isso à Marie!

- Chamo pois, isso e muito mais! Que raio de nome, também...

- E tu, como te chamas?

- Chamo-me Fanny. E tu chamaste Melanie, sempre gostei desse nome mas foi muito mal empregue. Que desperdício...

- Desculpa lá, mas eu fiz-te alguma coisa para me estares a falar assim? E que raio de nome é esse? Isso é nome de cão!

- Primeiro, não me fizeste nada mas eu tenho assistido aos teus comportamentos nos últimos dias e não foi nada bonito o que tens andado a fazer. Segundo, o meu nome não é de cão, as pessoas é que dão nomes normais aos cães, ok?

- Ok, ok. E já agora, o que é que eu fiz de mal?

- MELANIE MARTIN! ACORDA RAPARIGA! – Era o James a chamar-me.

- Ai, que susto! – Virei-me para ele – O que foi? Porque é que estás a gritar?

Continua (: